ENTREVISTA: LEITURA NO CONTEXTO BRASILEIRO

                    Entrevista concedida à Gazeta do Povo, Foz do Iguaçu, março de 2012

Como estimular a leitura no país?
Fundamentalmente, criando uma infraestrutura condigna a partir da qual se possa promover e irradiar as práticas de leitura. Com raras exceções, as bibliotecas públicas e escolares, quando existem, fazem um trabalho muito tímido e não atingem as diferentes camadas da população. Sem uma rede capilarizada de centros irradiadores, com gente especializada, continuaremos patinando nessa área.

Quais barreiras precisam ser superadas?
O país acumulou uma dívida imensa com a promoção da leitura e hoje em dia as barreiras são múltiplas e imensas. A falta rede de bibliotecas e centros de promoção da leitura é uma delas. A política atual privilegia muito mais a produção e distribuição de "livros", satisfazendo os editores, mas pouco contempla a "leitura" - quer dizer, temos livros, mas não mediadores e a infraestrutura de que eles necessitam para incentivar a leitura e formar leitores. Além disso, estamos quase sempre reinventando a roda, sem que as ações corretivas tenham continuidade ao longo dos governos.

É possível aproximar o índice de leitura do Brasil aos países europeus, cuja média varia de 8 a 10?
Vamos levar um bom tempo para isso mesmo porque os investimentos são débeis, as ações que pendem para o lado dos editores (compra de livros para distribuição gratuita a escolas e bibliotecas) sem levar em conta a outra ponta e as condições concretas para a dinamização dos livros por mediadores bem preparados. Gastamos muito pouco e mal!!

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