ENTREVISTA: EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

 ENTREVISTA DE EZEQUIEL THEODORO DA SILVA a estudante do CURSO DE JORNALISMO DA PUCCAMP - março de 2010


O que diferencia, pedagogicamente, um curso online de um curso convencional?
Existem muitas... basicamente, a substituição da sala de aula (presencial) pelo computador (celular, I-Pad, laptop, etc) enquanto instrumento de mediação aqui tomado como o suporte que aproxima os professores e seus monitores dos estudantes que tomam o curso em vários lugares (residências, Lan Houses, trabalho, etc). A interação, neste caso, não é face-a-face, com presença física dos interlocutores, mas sim com uma máquina/ferramenta que veicula, faz a intermediação e orienta as atividades de ensino-aprendizagem.

Você acredita que os cursos supletivos de curta duração são eficientes?
Depende do investimento que se faz na organização do curso e do monitoramento dos professores-monitores (ou formadores), fazendo valer os cuidados que devem permear as interações à distância. Depende também da natureza e complexidade do conteúdo que será ensinado ao grupo de interessados. Quanto maior a turma, mais bem planejado e mais complexa a infraestrutura de programação, professores e tutores.

Você acha que os cursos supletivos à distância podem fazer a diferença no mercado de trabalho?
Acredito que o mercado de trabalho deseja um profissional bem formado, independente do curso que tomou, presencial ou a distância. Há bons e maus cursos à distância como existem bons e maus cursos presenciais.

O que explica a tendência cada vez maior ao crescimento da EAD no Brasil?
A mercantilização da educação, fundamentalmente. Ou seja, a EAD, tal qual a educação tradicional, se curvou às leis do comércio em educação. Existe pouca fiscalização desses cursos e muitos deles não ensinam absolutamente nada! Entenda-se: existem critérios muito claros a serem seguidos para a instalação e dinamização de cursos a distância; ademais, sabemos que estes cursos exigem muito mais empenho e acompanhamento de um professor do que os cursos presenciais - ocorre que, virando a educação brasileira uma mercadoria como as demais, a grande maioria dos cursos a distância foi banalizada.

Como se pode aferir se um supletivo a distância é bom ou não?
Pela formação pretendida e conseguida pelos estudantes do curso. Além disso, a EAD não permite grupos quantitativamente muito grandes, 15 a 20 no máximo para que seja produtivo e significativo; além disso, necessita de monitoramento constante e contínuo por parte dos formadores. Sem isto, sem interação intensa, o fracasso é mais do que certo.

O que o senhor pensa sobre a necessidade de avaliação presencial?
Penso que é muito mais importante e talvez mais significativa do que a avaliação a distância. Como professor, acredito que o olho no olho diz coisas que o computador não diz, ainda que existam técnicas muito eficientes para avaliar a distância.

Quais as principais dificuldades que um aluno de supletivo a distância pode enfrentar?
Fundamentalmente, a falta de competência em leitura e produção escrita mesmo porque sem elas  não há como participar criticamente dos cursos.

O senhor sabe em que momento exato os cursos supletivos a distância passaram a ser oferecidos?
Não tenho essa informação, infelizmente. Para tal, recomendo que os interessados conheçam o NIED - Núcleo de Informática Aplicada à Distância da Unicamp, que vem trabalhando muito seriamente nessa área, possuindo um significativo rol de pesquisas para orientar os interessados, além de ter estruturado a Plataforma TELEDUC - uma das melhores que conheço e que qualquer instituição interessada poderá fazer uso. É só conferir neste link - http://www.nied.unicamp.br/

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