VIAGEM CULTURAL DE LEITURA: AS CORES DO PARÁ
EXPERIÊNCIA CULTURAL ÍMPAR: AS
CORES DO PARÁ
Por Valéria Aveiro
Nos dias 25 e 26 de novembro de
2018, participei do “I Seminário Nacional Alfabetização sem Cartilha” na
Universidade Federal do Pará. Esperava ir até lá para apresentar, junto com minha
colega da equipe de Língua Portuguesa da Diretoria de Ensino de Mauá, Rosemeire
França, artigo sobre nossa Ação de apoio
aos alunos não alfabéticos e não produtores de textos que cursam do 6º ao 9º
ano e ainda não possuem
as mais importantes ferramentas de participação social: leitura e escrita.
as mais importantes ferramentas de participação social: leitura e escrita.
Decerto que fizemos nossa
comunicação na Roda de Conversa “Alfabetização, cotidiano escolar e práticas
discursivas”, na Sala Farinha d’Água, e foi muito produtivo, uma vez que o
trabalho tinha características diferentes de a maioria das falas presentes, que
se centrava na alfabetização no primeiro ciclo da escola básica. Tal fato despertou
muita curiosidade e, no momento do debate, fui bastante questionada, pois todos
ficaram interessados em conhecer mais a proposta e discutir o contexto de meninos
que tanto precisam de nosso empenho em pensar novas alternativas.
Por outro lado, também expandi meu entendimento sobre alfabetização nesses dois dias, sobretudo com as ricas palestras ministradas pela Profª Drª Ana Luiza Smolka, da Unicamp, e Cecília Maria Aloiguert Goulart, da UFF, que, em suas falas trouxeram mais consciência sobre o ensino da escrita por meio de propostas significativas e reflexivas.
Por outro lado, também expandi meu entendimento sobre alfabetização nesses dois dias, sobretudo com as ricas palestras ministradas pela Profª Drª Ana Luiza Smolka, da Unicamp, e Cecília Maria Aloiguert Goulart, da UFF, que, em suas falas trouxeram mais consciência sobre o ensino da escrita por meio de propostas significativas e reflexivas.
O seminário
proporcionou, ainda, uma ampliação bastante intensa do meu universo cultural,
até porque nunca havia estado na Região Norte do país. Os falares, o sotaque, o
vocabulário indígena, os modos acolhedores e até o medo da violência que a
população transmite criaram imagens inesquecíveis sobre a diversidade
brasileira.
Como uma bela
iniciativa, a primeira atividade do
seminário foi um passeio pela “Cidade Velha”, colonizada a partir de 1616, ano
de sua descoberta e fundação por Francisco Caldeira Castelo Branco. Esse pedaço
da capital do Pará tem valores cultural e histórico elevadíssimos, com seus
prédios coloniais, como a Casa das Onze Janelas e o Palácio Lauro Sodré, além da Catedral
Metropolitana e seu estilo que nos reporta à renascença pelo projeto do arquiteto
italiano Antônio José Landi, o altar doado pelo papa Pio XI e seus belíssimos quadros.
Do outro lado da
praça, a igreja de Santo Alexandre, que, já tendo acolhido os jesuítas, hoje
abriga um museu de arte sacra, fechado para restauro durante minha visita, e o
Forte do Castelo que, com sua estrutura impressionante, foi construído para
proteger as terras Amazônicas da invasão de holandeses e franceses e ainda
conserva os canhões originais. No trajeto, o museu com acervo de peças de cerâmica
marajoara e tapajônica nos reporta ao meio indígena, anterior à chegada dos
portugueses.
Caminhando ao
largo da baía do rio Guajará encontra-se um dos pontos turísticos mais famosos
da cidade, o Mercado Ver-o-Peso, uma diversidade de peixes, carnes e outros
produtos da terra como ervas, temperos e frutas, vendidos em grande escala. A
imensa feira-livre é um ambiente propício a se provar as delícias exóticas locais
como o tacacá e o açaí com peixe. Não tive oportunidade de experimentar a
maniçoba nem o caldo de turu que, segundo um taxista local, são “pratos para os
fortes”. Olhando para o rio de um lado e o mercado de outro pude refletir sobre
o contraste entre a beleza exuberante da natureza, com toda a sua força e
supremacia e a interferência das construções humanas no cenário.
Depois de tanto
conhecer e aprender, nos dirigimos ao Cine Olympia, o mais antigo do país, onde
ocorreu a abertura do evento, a palestra da Professora Cecília e, por fim, a
projeção do curta-metragem “As costureiras”, documentário que me reporta à
tessitura do texto em diálogo com a cultura local.
Na terça-feira, fomos,
logo cedo, fomos à Universidade Federal do Pará – UFPA, sede do evento. Instituição
de ensino grandiosa, com o porte da grandes federais do país, tem uma área
verde admirável e margeada pelo rio Guamá. Durante o credenciamento fomos presenteados
com uma apresentação de carimbó. Tomada pelo ritmo e a alegria das cores na
roda das saias, entrei na brincadeira e me diverti muito com a dança, em meio
a outros participantes do seminário. Também pudemos conversar e adquirir livros
autografados pelos autores locais. Depois desfrutamos da palestra da Professora
Ana Luiza e seguimos para as rodas de conversa, nas quais trocamos ricas
experiências e referências teóricas com representantes de vários lugares do
país.
No dia seguinte,
terminado o evento, porém antes de embarcar em retorno a São Paulo, estive na na
Estação das Docas, onde saboreei uma
comidinha tradicional bem gostosa e passeei à beira do rio, ao longo da
galeria, na qual também comprei alguns mimos como lembranças e brindei à minha
estadia com uma cerveja local, sempre com muitas fotos, uma vez que a vista
linda e inspiradora me fez querer fixar as imagens para além das retinas.
E por falar em
fotos... Sigo compartilhando alguns de meus olhares e ângulos, desejando e trabalhando para que todos
os meninos de São Paulo ao Pará, do Oiapoque os Chuí possam ter a felicidade de
aprender a ler as palavras, os textos e o mundo.
Profª Dª Ana Luiza Smolka
UFPA
CENTRO DE EVENTOS UFPA
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